Declarando o Deus invisível

A plenitude, graça e verdade de Deus são encontradas no Verbo feito carne, Jesus de Nazaré, o único que viu o Deus invisível - João 1:14-18.

O prólogo do Evangelho de João apresenta temas - chave do livro, incluindo Vida, Luz, Testemunho, Verdade, Glória e Graça.  Jesus de Nazaré é a luz do mundo, a fonte da Graça e da verdade, o verdadeiro tabernáculo em que Deus habita, o único filho nascido de Deus e o único que viu o pai. O prólogo conclui declarando que o filho é o único qualificado para interpretar Deus, uma vez que somente ele viu o Deus invisível.

O prólogo termina com um contraste significativo com Moisés. Jesus não é apenas aquele em quem os homens encontram “graça e verdade,” mas somente ele pode revelar e explicar o Pai. Ele revela Deus e o faz conhecido à humanidade - (“ele está no seio do Pai, ele interpretou” - João 1:14-18).

Nascer do Sol Rio de Janeiro - Foto de Wadé on Unsplash
[Foto de Wadé on Unsplash]

O termo grego traduzido como “interpretado” é o verbo ‘exégeomai’ (εχεγεομαι). Significa “conduzir, explicar, interpretar
declarar.” Não tem objeto direto na cláusula grega, nem “ele” ou “isso” depois de “interpretado.” O verbo é usado intransitivamente, e o enunciado é aberto.

O homem em quem o “Verbo se fez carne” é o intérprete final de todas as coisas que se relacionam com Deus. Ele é aquele em quem a natureza de Deus se manifesta para todos os homens verem, e somente ele “interpreta” informações sobre ele. Ninguém mais está qualificado para isso.

A cláusula traduzida como “Filho Unigênito” expande o versículo 14 -”vimos a sua glória, glória como de um Unigênito nascido de um Pai, cheio de graça e de verdade.” Ele é aquele que revela e provê “graça e verdade”, e no Evangelho de João, Jesus revela o Deus invisível aos seus discípulos - (“Quem Me Viu, Viu o Pai!”- João 6:46, 8:38, 14:7-9, 15:24).

Jesus não é simplesmente outro em uma longa linha de profetas, mas a expressão viva final de Deus. O pai só pode ser encontrado e compreendido através dele. O Evangelho de João não apresenta um Messias idêntico ao Pai, mas aquele que conhece e revela o Deus vivo e verdadeiro. Portanto, quem “viu” Jesus “viu “o Pai, e dele recebe “graça e verdade.”

Esta última frase contrasta o “Filho Unigênito” com a legislação mosaica. Todas as coisas foram feitas de acordo com a “palavra”, o ‘Logos’ (λογος) agora manifestado em Jesus Cristo, e não a Torá ou a Lei de Moisés.

A Lei Mosaica certamente tinha seu lugar e propósito no plano Redentor de Deus, e João não a denigre ou minimiza. No entanto, foi superado pela plenitude e glória do “Verbo feito carne.” Luz e vida só se encontram em Jesus, Aquele em quem se revela a “glória” de Deus.

No Livro do Êxodo, Moisés só podia ver o “traseiro”, o resplendor da glória de Deus enquanto permanecia escondido no oco de uma rocha. Em contraste, Jesus habita no próprio “seio” de Deus, portanto, ele é o único que pode “declarar” e explicar o “Deus invisível”, e ele o faz abertamente - (Êxodo 33:17-22).

O “Verbo feito carne” é o verdadeiro tabernáculo onde habita a presença de Deus, não a tenda portátil carregada por Israel no deserto ou o templo “feito por mãos” em Jerusalém.

O prólogo de João destaca a revelação plena e final de Deus que se vê em Jesus de Nazaré. Somente nele o Verbo de Deus “se fez carne”, “contemplamos a sua glória, glória como de um único nascido de um pai.”



VEJA TAMBÉM:
  • Declaring the Unseen God - (The fullness, grace, and truth of God are found in the Word made Flesh, Jesus of Nazareth, who alone has seen the unseen God – John 1:14-18)
  • Jesus é a chave - (Desde que o Verbo se fez carne, a glória divina se manifestou em Jesus de Nazaré e todos os que o seguem a contemplam - João 1:14)
  • O Verbo Feito Carne - (Jesus é o Logos, o verbo que se fez carne, o verdadeiro tabernáculo onde a glória de Deus se revela e habita - João 1:14)

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