Servo do Senhor

Jesus cumpriu o papel do ‘Servo Sofredor' descrito no Livro de Isaías. Ao contrário de Adão, ele não tentou compreender a “semelhança de Deus”, mas humilhou-se e submeteu-se a uma morte vergonhosa na cruz romana. Por isso, Deus o exaltou e o fez “Senhor” sobre todas as coisas. Sua exaltação não precedeu sua morte; sua entronização a seguiu, e ele morreu totalmente sozinho.

Seu exemplo de abnegação se torna o padrão para seus discípulos imitarem. Na passagem relevante em Filipenses, a preocupação do apóstolo não é com a especulação metafísica sobre a natureza de Jesus, mas com a forma como ele “se derramou” na morte pelos outros, incluindo seus “inimigos.”

Cross Stuttgart-Foto de Christian Lue no Unsplash
[Foto de Christian Lue no Unsplash]

Ao invés de explicar sua Cristologia, Paulo apresenta Jesus como o exemplo supremo de como devemos nos conduzir. Em “
humildade de espírito”, ele considerava os outros “melhores do que ele mesmo, não olhando para suas próprias coisas, mas para as coisas dos outros”, diferindo assim suas necessidades, “direitos” e desejos para os dos outros:

  • (Filipenses 2: 5-11) - “Pensai isto entre vós, isto mesmo em Cristo Jesus. Que, começando na forma de Deus, considerou ser como Deus algo a não ser apreendido, mas se derramou, tomando a forma de escravo, tendo vindo a ser à semelhança dos homens; e tendo sido encontrado na forma de homem, humilhou-se, tornando-se obediente até a morte, até a morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe concedeu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, dos seres celestiais e terrestres e Debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória do Pai, sim, Deus.”

Paulo contrastou Jesus com Adão usando a linguagem da desobediência deste último descrita no Livro de Gênesis e do “servo de Javé” retratado em Isaías.

Ao contrário de Adão, Jesus não tentou apreender a “semelhança” de Deus. Em vez disso, ele se humilhou e se submeteu a uma morte injusta e vergonhosa. Adão foi criado à imagem de Deus, mas agarrou-se à “semelhança” divina por meio de sua transgressão. Em contraste, Jesus abraçou a vontade de Deus e sofreu as consequências. No processo, ele se tornou aquele conhecido desde então como o Crucificado.

O Nazareno “não considerava ser como Deus algo a ser apreendido.” Isso faz alusão à história da “Serpente” que enganou Eva e venceu Adão - “Porque Deus sabe que no dia em que dela comerdes, os vossos olhos se abrirão e vos tornareis como Deus, conhecendo o bem e o mal” - (Gênesis 3:5).

O primeiro Adão escolheu a desobediência e a vontade própria. O substantivo Grego traduzido como “apreender” significa “pilhagem, saque”, algo que é tomado à força. Em contraste, Jesus escolheu não aproveitar a “semelhança” de Deus.”

OBEDIENTE ATÉ A MORTE


Em vez de exaltar e agradar a si mesmo, Jesus se tornou o “Servo” de Yahweh “derramando-se e tomando a forma de um escravo... ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, até a morte de cruz.” A passagem inclui várias alusões ao ‘Cântico do Servo' registrado em Isaías. Por exemplo:

  • (Isaías 53: 7) - “Oprimido, contudo se humilhou, nem abriu a boca, como se conduz um cordeiro ao matadouro.”
  • (Isaías 53: 12) - “Por isso lhe darei uma porção nos grandes, e aos fortes repartirá como pilhagem, porque derramou até a morte a sua própria alma, e com os transgressores se deixou contar, Sim, ele o pecado de muitos nu, e pelos transgressores interposto.”
  • (Isaías 52: 13) - “Eis que o meu servo prospera, levanta-se e levanta-se e torna-se mui alto.”

Jesus cumpriu seu papel messiânico “derramando sua alma” até a morte pelos outros, e somos chamados a adotar essa mesma mentalidade - não buscar nada por interesse próprio ou por “glória vazia.”

Foto de Gaston Abascal no Unsplash
[Foto de Gaston Abascal no Unsplash]

Imitamo-lo não nos promovendo e submetendo-nos à vontade de Deus. Devemos nos comportar com “
humildade”, servindo aos outros, assim como fez o Servo do Senhor. Ser o Messias ou um de seus discípulos significa servir aos outros, não dominá-los.

Abnegação não significa perder a identidade individual. Jesus não perdeu sua personalidade, mas certamente escolheu renunciar a seus direitos e privilégios para atender às necessidades dos outros.

Como ele, somos chamados a nos submeter às necessidades dos outros, em vez de insistir em satisfazer nossos próprios desejos e privilégios. Para “nos tornarmos grandes no Reino de Deus”, devemos primeiro nos tornar servos e “escravos dos outros”, assim como Jesus fez quando “deu sua vida em resgate por muitos” e morreu na cruz para reconciliar homens e mulheres com seu criador.



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