Servo ou César?
Jesus rejeitou a oferta de Satanás de poder político ilimitado e, em vez disso, escolheu o caminho do servo sofredor - Mateus 4:8-11.
Satanás tentou Jesus oferecendo-lhe poder político sobre “todos
os reinos do mundo.” No entanto, ele recusou a oferta do diabo.
Em vez disso, ele se submeteu ao Caminho do 'Servo Sofredor' que levou
inevitavelmente à sua morte na cruz romana. Satanás tentou o Filho de Deus de
quatro maneiras. O mais sedutor foi a oferta de poder sobre as nações - (MT
4:8-11).
O diabo levou Jesus a uma alta
montanha e mostrou-lhe todos os “reinos do mundo (‘kosmos’) e seu
esplendor.” Ele ofereceu a ele mais do que apenas soberania sobre a nação
judaica ou o pequeno território da Palestina.
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O termo traduzido como “mundo” ou 'kosmos' pode se referir a todo o planeta, se não ao universo. O diabo ofereceu ao Messias de Israel um meio de estabelecer o “Reino de Deus”, a mesma coisa para a qual ele foi enviado.
No Evangelho
de Lucas, o tentador se gabou de que daria a Jesus “toda essa autoridade”
se ele apenas reconhecesse a soberania de Satanás, e afirmou que “foi
entregue a mim, e a quem eu quiser, eu dou.”
Jesus
não o chamou de mentiroso nem contestou seu direito de dispensar o poder
político, o que quase certamente ele teria feito se o diabo não o tivesse. Além
disso, se Satanás recebesse essa autoridade de uma fonte superior (“foi
entregue a mim”), só poderia ser Deus. Por trás de sua reivindicação estava
a queda do homem no Livro de Gênesis. Seu “direito” ou governo sobre a
humanidade foi devido à desobediência de Adão - (Jo 12:31; 14:30).
Para adquirir esse
poder impressionante Jesus teve que “prestar homenagem” ao diabo. O
verbo grego assim traduzido denota dar lealdade a alguém de posição superior.
Em outras palavras, ele era obrigado a reconhecer Satanás como seu mestre e
Soberano.
Não foi ele o Messias designado por Deus para reinar sobre as nações? Como ele poderia governar o mundo sem o poderio militar e econômico do Império Mundial? - (Salmo 2: 6-8).
Satanás estava
oferecendo um atalho para a soberania ordenada por Deus prometida ao Messias,
uma maneira de Jesus evitar o sofrimento e a morte. Imagine todo o bem que ele
poderia fazer se possuísse o trono de César e comandasse as legiões de Roma! Se
alguma vez houve justificativa para recorrer ao poder do Estado, foi essa. Quem
estava mais qualificado para empunhar o cetro imperial do que o príncipe da
Paz?
SERVO SOFREDOR
Ao invés de se
curvar a Satanás ou se rebaixar aos métodos violentos que dominam a atual ordem
mundial, Jesus escolheu o caminho do Servo Sofredor do Senhor. Em
seu reino, a vitória seria alcançada por meio da abnegação e do serviço
sacrificial aos outros. A “grandeza” seria medida por atos de
misericórdia e amor, especialmente ao “inimigo.”
Contrariando as
expectativas de seus contemporâneos, Jesus abraçou a “forma de escravo” e
tornou-se “obediente até a morte.” Por isso, Deus o exaltou para reinar
e lhe deu o nome “acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre
todo joelho, no céu, na terra e Debaixo da terra.”
No entanto, o
Calvário deve preceder a exaltação e a glória, e os seus discípulos são
convocados a adoptar esta mesma orientação, deixando esta “mente estar em
vós que também estava em Cristo Jesus”:
- “O qual, estando na forma de Deus, não considerou coisa a apreender o ser semelhante a Deus, mas, em vez disso, derramou - se, tomando a forma de escravo, sendo feito à semelhança do homem; e, achando-se na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, sim, a morte de cruz” - (Filipenses 2:6-9).
O cristianismo
institucional tem uma longa história sórdida de misturar Igreja e estado, uma
tradição inerentemente incompatível com os ensinamentos e o exemplo de Jesus
Cristo. A tentação de usar o poder político para impor a crença “correta” tem
sido grande demais, mas o avanço do Reino de Deus através dos meios políticos
desta era caída exige o emprego do poder coercitivo do Estado.
Nós, como Seus
discípulos, devemos escolher entre seguir o “Cordeiro aonde quer que ele vá”
ou dar nossa fidelidade à “Besta.” Quando empregamos os sistemas
políticos corruptos deste mundo, começamos a abraçar a “Besta do Abismo”,
prostrar-nos diante de sua “imagem” e “tomar sua marca.”
Devemos levar a
sério o retrato Bíblico do poder político como território de Satanás. Se o
diabo trabalha nos bastidores da política deste mundo e o poder político
necessita dar fidelidade a ele, já que Jesus Se recusou a fazê-lo, não
deveríamos seguir Seu exemplo? Ou devemos abraçar o que ele rejeitou?
VEJA TAMBÉM:
- Servant or Caesar? - (Jesus rejected Satan’s offer of unlimited political power and instead chose the way of the Suffering Servant - Matthew 4:8-11)
- Servo do Senhor - (Paulo convocou os crentes a adotarem a mesma mente que Jesus tinha quando derramou sua vida até a morte pelos outros - Filipenses 2:5-11)
- Verdadeira Grandeza - (Os discípulos de Jesus são chamados ao serviço de auto-sacrifício pelos outros, assim como Jesus deu a sua vida em resgate por muitos - Marcos 10: 35-45)
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